A GAROTA DO BANHEIRO
, imagine você ali sentado sozinho
tomando sua costumeira cerveja no final de uma dessas tardes quentes e ociosas dos
trópicos, aí então você a vê passar, aquela mulata acaboclada desfilando seu
corpo ardente e tesudo bem em frente ao Relógio da Matriz, vestidinho curto,
florido, exuberantes coxas, uma flor amarela no cabelo, um perfume ordinário de
puta, não senhor, não é uma visão atrofiada de seu pau, a peça parece ter saído
mesmo de um romance de Jorge Amado, você paga apressadamente as cervejas e a
segue de membro duro pelo centro de sua cidade - o caçador atrás de sua presa -
mas não se iluda, a presa pode ser você, você entra e sai das lojas em sua
captura, embriagado que está pelo cheiro dela de puta no cio, imagina uma
mulher sendo seguida, desejada? ela então para em uma das barracas de camelô e
checa algumas calcinhas de lacinhos, aquilo faz bater forte o coração do seu
pau, você estanca bem ao seu lado e arrisca em dizer, “essa aí com certeza
ficará uma gracinha em você!” é o que você diz sem muita esperança, mas ela
olha pra você e sorri, escolhe exatamente a que você falou: uma pecinha
vermelha, cor de sangue, paixão, desejo, guarda-a em sua bolsinha à tira colo e
sai rebolando provocativa sobre os saltos altíssimos, linda! corpo firme de
sinuosidades perigosas, espécie rara de mulata acaboclada, talvez ignorante de seu valor no mercado negro, sei
lá, você então caminha ao seu lado, ouvem casualmente uns assobios dos
vendedores ambulantes e dos mais atiradinhos, ela sorrindo aponta na direção do
porto, ah! aquela rosa amarela no cabelo, aquele seu cheiro de puta, OS
SALTINHOS ALTOS VERMELHÍSSIMOS fazendo tok tok tok sobre os paralelepípedos, agora
ela passa pela Alfândega e segue na direção do Bar Castanhola, bem ao lado do
Mercado Municipal, você, é claro, atrás dela guiado pelo seu feromônio, “posso
te pagar uma cerveja?” e
ela aponta com o beiço para uma mesa vazia, sentam-se,
você respira todo orgulhoso, “Ahhh”, as pessoas no bar, é claro, olham todos de
uma só vez porque ela é uma morena muito gostosa, aquela flor em seu cabelo,
aquele seu perfume ordinário de puta, bebem cerveja juntos, a brisa afrodisíaca
que lambe seus rostos vem do Rio Negro, repare que ela fala muito pouco, mas
presta uma atenção, você pergunta-lhe o nome, DO-LO-RES, a língua dela dá uma
volta no céu da boca desenhando o próprio nome, lembrando LO-LI-TA, do Nabucov
enquanto a noite vem luxuriante feito uma buceta de fogo, então ela diz, “vem
comigo!” é estranho, eu sei, pois que ela entra no banheiro feminino com você
logo atrás, um banheiro sujo e fedido, sente
que pode fodê-la ali mesmo naquele banheiro sujo, você então a encosta na
parede, o que há de errado com o sexo, todo prazer é um bem e a vida e uma
buceta bem quente, jovem, carnuda, ela então aperta as suas bolas e beija sua
boca, levanta o vestidinho florido, tem uns peitos grandes e não usa nada por
baixo de seu vestidinho de tecido finíssimo, a porta de madeira do banheiro não
fecha direito, repare, você então força a porta com a perna direita,
apoiando-se ao chão com a esquerda, de modo que fica numa posição bastante
esdrúxula – IMAGINE - e num esforço
quase sobre-humano enfia-se dentro daquela buceta mulata, a foda mais estranha
da sua vida, pois não? você a pega de jeito (cuidado pra não machucar a rosa no
cabelo), morde-lhe o pescoço, os mamilos, lábios, as axilas dela que tem gosto
de sal – AXILAS SALGADAS - você a vira de costas, o enorme bundão bem empinado
projetando-se na sua cara, segura cada nádega daquela na palma de suas mãos, ela
apoiada nos saltinhos buscando equilíbrio, o botão do cuzinho aparecendo, uma
loucura sem tamanho, sem medição de tesão, você tenta por trás, meu camarada,
mas o pau escorrega, cuida de metê-lo de volta, não que seja frouxa demais, até
que é apertadinha, um pouco mais alta que você por causa dos saltinhos, o que
dificulta um pouco, eu sei, mas você não desiste, foda de banheiro, mas então
você consegue, mete fundo, encaixe perfeito, ela geme baixinho porque sente a
rigidez do pau entrando e saindo de sua buceta suculenta, “enfia, enfia”, ela
diz puxando-lhe pelos cabelos para mais dentro de si, quer sentir você morando
dentro dela sem pagar aluguel, começa a gemer alto, você tapa-lhe a boca que é pra
não ferrar, suas pernas tremem, cedem um pouco, mas vai metendo fundo com
heroísmo, com bravura, no seco, na tora, quando sente que vai gozar, recua as
estocadas, ela diz pra não parar, “não pare seu puto!” é o que ela diz mordendo
seus dedos, se dependesse de você, ficaria ali dentro o resto da sua vida com o
seu pau inflado parecendo um demoniozinho feliz e peralta entrando e saindo
daquela gruta do pecado, mas agora ela quer experimentar pela frente, as
pernocas morenas exuberantemente roliças apoiadas sobre o vaso sanitário - o
corpo comprimido na parede, negócio de louco, Você então a penetra, é a vez
dela morder-lhe o pescoço, deixar-lhe
marcas profundas na pele, você acelera nas estocadas, são como dois
animaiszinhos sem política, sem conduta, sem ética no amor, ora, foda-se, sente
que vai gozar, ela também, ai então chegam lá juntos como se houvessem
cronometrado aquela foda fantástica, foda de banheiro,
II
,o sorriso dela agora é frio
enquanto ela ajeita a rosa amarela no cabelo, o bom e velho batom vermelho de
guerra ornando-lhe os lábios carnudos, ajusta agora o vestidinho colado e
curto, está pronta para a guerra outra vez, ela então sorri, um sorriso frio, você
enfim ouve a sereia cantar o seu preço, Cinquenta mangos não vai lhe fazer
falta, vai? guarda a nota entre os seios volumosos, beija-lhe a boca e sai na
frente, com você logo atrás,
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