segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O PRAZER VEM COMO LADRÃO

PARTE IV

Sim, ela havia deixado bem claro isto e que portanto me mantive ereto a sua espera como um cachorro que aguarda o retorno de seu dono e por conta disso, quase congelei uma noite dessas na varanda de minha casa na esperança vã de vê-la chegando, dobrando a esquina da minha rua úmida de desejo...
"Você congelou mesmo na varanda, à minha espera, Mário Augusto? Tudo isto não é um exagero seu?"
"Não, meu doce. Fiquei a tua espera até tudo secar... até ver a última gota de ovalho cair do telhado... congelei na varanda de casa a tua espera, sim..."
Ela m-o-v-e-u d-e-l-i-c-a-d-a-m-e-n-t-e o-s c-í-l-i-o-s a-b-r-i-n-d-o e-m s-e-g-u-i-d-a u-m l-e-v-e e- e-t-e-r-n-o s-o-r-r-i-s-o n-a-q-u-e-l-e-s l-á-b-i-o-s d-e f-l-o-r que se eu não fui capaz de descrever esta imagem aos senhores com a perfeição que sempre almejei que eu então seja amaldiçoado para o resto de minha vida... Que estas minhas mãos se encham de lepra onde não possa mais segurar com destreza a pena que me toma a alma em descontrole e que me coloca em rota de colisão com a morte todas as vezes que aqui eu sento para lutar com as palavras e descrever tua beleza que é uma labareda ardendo dentro de mim...
"E o que você ouvia na ocasião, meu querido Não vais me dizer que era Claire de Lune do Bethoven que é docemente sofrível..."
"De acordo, mas na ocasião ouvia apenas as batidas doídas do meu coração, intercaladas com o som ensurdecedor dos grilos copulando..Grilos copulam depois da chuva. Mais vinho?"
"Por favor..."
O som que os senhores ouvirão agora são dos lábios de Josephine sorvendo delicadamente o vinho e se os senhores pudessem ao menos sentir a ínfima fração de  alegria de um homem no declínio de sua idade na presença de uma mulher de tamanha beleza extraordinária que sou até capaz de sair atropelando as palavras como agora em que tudo me foge ao controle que nem mesmo sei se saberia dizer o que sinto e que nada sou neste momento de glória embriagada de desejos sobrehumanos mas é necessário, por exemplo, falar de suas pernas firmes e maravilhosas outra vez entrefechadas e a minha língua por ali ser penteando marotamente como quem não quer nada até chegar ao seu sexo e ao cheiro do seu sexo lisinho e perfumado úmido e secreto, convenhamos, e da política interna do crotón encrespadinho que se esconde bem lá no fundo, a petalazinha do amor, e me delicio com a minha punheta depravada que soco agora com uma das mãos enquanto a outra dedilha sobre estas teclas e é nessas horas, eu confesso, que o instinto subjulga a razão e este nobre escriba deixa de lado o seu cavalheirismo e toda sua polidez e gentileza das palavras e me torno um canalha, contudo, convido a senhorita em especial (pois não pense que não sei que você me lê agora, espertinha, e como explicar este sorriso lindo brotando devagar no cantinho de seus lábios de Penelópe, hein?) e portanto não há motivo para envergonhar-se  e juntos proponho tocarmos aquela punhetinha cada um a sua maneira ou então imagine mesmo minha língua deslizando suavemente sobre sua rosa rubra de boquinha aberta feito passarinho mmmmm...que teu gosto sagrado de fêmea e o teu cheiro e tudo mais se entranha e permanece em mim eternamente e sou até capaz de sentir o momento exato que o teu gozo desagua no meu e fundirmos os nossos desejos num só corpo, numa só pele, num só átomo... e acho mesmo que definitivamente me perdi no emaranhado da tua púbis mas deixo aqui  selado  um pacto sem conjecturas e renovo meu convite a retornares a esta página sempre que sentir o fogo das palavras lhe consumindo por inteira, não se envergonhe minha pequena, sempre lhe terei com enorme desejo e carinho e aqui encerro este epítome ou seja lá o que raios for......


Sim, ela havia deixado bem claro isto e que portanto me mantive ereto a sua espera como um cachorro que aguarda o retorno de seu dono e por conta disso, quase congelei uma noite dessas na varanda de minha casa na esperança vã de vê-la chegando, dobrando a esquina da minha rua úmida de desejo...
_ Você congelou mesmo na varanda, à minha espera, Mário Augusto? Tudo isto não é um exagero seu?
_Não, meu doce. Fiquei a tua espera até tudo secar... até ver a última gota de ovalho cair do telhado... congelei na varanda de casa a tua espera...
Ela m-o-v-e-u d-e-l-i-c-a-d-a-m-e-n-t-e o-s c-í-l-i-o-s a-b-r-i-n-d-o e-m s-e-g-u-i-d-a u-m l-e-v-e e- e-t-e-r-n-o s-o-r-r-i-s-o n-a-q-u-e-l-e-s l-á-b-i-o-s d-e f-l-o-r que se eu não fui capaz de descrever esta imagem aos senhores com a perfeição que sempre almejei que eu então seja amaldiçoado para o resto de minha vida... que estas minhas mãos se encham de lepra onde não possa mais segurar com destreza a pena que me toma a alma em descontrole e que me coloca em rota de colisão com a morte todas as vezes que aqui eu sento para lutar com as palavras e descrever tua beleza que é uma labareda ardendo dentro de mim...
_E o que você ouvia na ocasião, meu querido? 
_As batidas doídas do meu coração, intercaladas com o som ensurdecedor dos grilos copulando..Grilos copulam depois da chuva. Mais vinho?
_Por favor...
(O som que os senhores ouvirão agora são dos lábios de Josephine sorvendo delicadamente o vinho e se os senhores pudessem ao menos sentir a ínfima fração de  alegria de um homem no declínio de sua idade na presença de uma mulher de tamanha beleza extraordinária que sou até capaz de sair atropelando as palavras como agora em que tudo me foge ao controle que nem mesmo sei se saberia dizer o que sinto e que nada sou neste momento de glória embriagada de desejos sobrehumanos mas é necessário pór exemplo falar de suas pernas firmes e maravilhosas outra vez entrefechadas e a minha língua por ali serpenteando marotamente como quem não quer nada até chegar ao seu sexo e ao cheiro do seu sexo lisinho e perfumado úmido e secreto, convenhamos, e da política interna do crotón encrespadinho que se esconde bem lá no fundo, a petalazinha do amor, e me delicio com a minha punheta depravada que soco agora com uma das mãos enquanto a outra dedilha nestas teclas e é nessas horas, eu confesso, que o instinto subjulga a razão e este nobre escriba deixa de lado o seu cavalheirismo e toda sua polidez e gentileza das palavras e me torno um canalha, contudo, convido a senhorita em especial (pois não pense que não sei que você me lê agora, espertinha, e como explicar este sorriso lindo brotando devagar no cantinho de seus lábios de Penelópe, hein?) e portanto não há motivo para envergonhar-se  e juntos proponho tocarmos aquela punhetinha cada um a sua maneira ou então imagine mesmo minha lingua deslizando suavemente sobre sua rosa rubra de boquinha aberta feito passarinho mmmmm...que teu gosto sagrado de fêmea e o teu cheiro e tudo mais se entranha e permanece em mim eternamente e sou até capaz de sentir o momento exato que o teu gozo desagua no meu e fundirmos os nossos desejos num só corpo, numa só pele, num só átomo... e acho mesmo que definitivamente me perdi no emaranhado da tua púbis mas deixo aqui  selado  um pacto sem conjecturas e renovo meu convite a retornares a esta página sempre que sentir o fogo das palavras lhe consumindo por inteira, não se envergonhe minha pequena, sempre lhe terei com enorme desejo e carinho e aqui encerro este epítome ou seja lá o que raios for......

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