segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O LAMBEDOR DE BUCETAS

III

CORRESPONDÊNCIAS

E tudo inicia-se com as minhas breves correspondências que mantive com Josephine:

"Prezada Josephine, escrevo-lhe estas breves e  tortuosas linhas para dizer-lhe que iniciei os primeiros rascunhos de O LAMBEDOR DE BUCETAS, e penso que já estou bem adiantado. Não quero antecipar os capítulos, mas já lhe adianto que terminarei ainda este mês. Este novo trabalho fará parte do livro de contos chamado A GARÇONETE SEM CALCINHA, onde empreendo uma viagem ao universo erótico. Sei que vais gostar...
Quanto ao "Marido Complacente", do Marquês de Sade, só vou lhe emprestar se vieres buscá-lo aqui em casa, pessoalmente. Já até separei aquele bom vinho para a ocasião. Pois que venha!

Seu eterno admirador,

Mário Augusto


"Querido Mário Augusto, muito feliz com a tua carta que recebi por estes dias. Continuas irressistível e encantador, e o aroma de tuas palavras ainda me embriagam a alma e deixam meu sexo em desalinho. Ainda escreves sem pudor como um pequeno e doce demoniozinho. É claro que diante deste teu sincero apelo, aliado á necessidade deste meu encontro com o Marquês, não me resta outra alternativa senão ir á tua casa fazer-lhe uma breve visita qualquer dia desses.
Em se tratando do vinho, espero ter reservado para esta ocasião, um bom e legítimo Port Noir, que ainda é o meu vinho preferido.
Um beijo de sua também admiradora que lhe tem com extremo louvor e dedicação."

Josephine



"Ah, minha doce amada Josephine, acabei por tornar-me escravo dos dias e das horas que se seguem e que me inundam infindavelmente o espirito naufragante de desejos, movido que fui pela promessa de sua possível vinda a esta minha humilde residência. Já antevejo-me, porém,  entregue ao gozo e aos desvarios deste encontro, de maneira que sigo embalado por pensamentos febris e docemente pecaminosos que só alimentam mais e mais o desejo frêmulo da fome insaciável de minha glande em chamas, entregue a que fiquei a mais agradável e profunda das lassidões...
Vem depressa, minha amada, que serei para ti, a tua agonia e a dissolução do teu gozo eterno o qual transbordará na suave lingua da verdade..."

(na língua está a verdade)
 Eternamente seu,

Mário Augusto

em resposta a esta minha última carta, ela então corajosamente escreveu-me estes versos ousados:

"trata-se de alcançar com sua língua, as amígdalas de minha buceta..."

...meu doce e obsceno amante,
tuas palavras são como caramelos recheados de sêmen
 a derreterem no céu de minha boca
 
        fecho meus olhos
              abro minhas pernas
         
        minha buceta
          de lábios bem abertos
                semininfa, semiputa...semitua
                                  vadia santa
             Nossa Senhora dos amores encaracolados
               mas se quiseres
                 entregarei-a depiladinha
                     ao santo altar
                     dos  vossos beijos e afagos...

Trata-se de alcançar com sua língua
as amígdalas de minha buceta...
                   
          (na língua está a verdade)

                                         Josephine

Diante destas palavras, eu então calei-me e resolvi esperar...

E

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