I
Um
filete de sol penetra bem lentamente as frestas sonolentas da casa, fazendo
brilhar o calendário azul pendurado na parede de madeira da alcova.
II
Foi
quando olhei para o lado e vi quatro enormes coxas brancas e roliças DE MULHER
se enroscando vorazmente e aquilo bastou para que o meu pau sofresse estímulo e
se tornasse algo vivo e latejante outra vez.
<eu
quero dizer a vocês que eu apertei bem aquele músculo negro-escarlate que
parecia não mais caber dentro das minhas próprias mãos.>
Então
virei bem de lado e fiquei olhando para aquelas coxas imensas e lindas e era
como se uma coxa quisesse engolir a outra numa esfregação selvagemente doce. O
Cabocão da Pomba Grande dormia espremido na parede e roncava que nem um porco
feliz, e era até bom, sabem, que ele continuasse alheio aquele espetáculo
porque se não ele podia ferrar com os meus planos.
III
Bom, eu
tratei de arriar o zíper da minha calça e dar um tempo pro meu caralho raivoso
que como já disse, estava prestes a explodir e pensei numa maneira de me enfiar
no meio daquelas duas garotas, contudo, tinha que tomar coragem para entrar
naquela brincadeirinha particular delas, portanto, guardei o pau e levantei,
descendo aquelas escadas íngremes demais em direção ao banheiro e depois fui
pegar umas latinhas de cervejas.
Foi
isso.
IV
No
caminho, tropecei em algumas latinhas de cervejas espalhadas pelo corredor e também
em um cubo largado ao chão. Aquela casa
– antes que me esqueça – era um verdadeiro labirinto, cheios de cômodos e
esquecimento. Não fazíamos idéia de quanto tempo estávamos ali, reféns de Alda,
que nos mantinha como prisioneiros. É tudo de que posso lembrar enquanto
tateava a escuridão abismal daquela casa em direção ao banheiro.
<A
CASA ERA SÓ SILENCIO E ESCURIDÃO. UM LIMO ESCORREGADIO DE DESESPERANÇA E
DOR>
& havia ainda aquele cheiro de outro
espaço-mundo como uma cifra indecifrável e perdida de um clarinete do Miles
Davis, e eu não estou bêbado enquanto me recordo de tudo isto e teclo no
refúgio do meu quarto ás seis horas da tarde agora deste sábado enquanto divido
minha atenção com este conto e com uma mancha na parede que se forma
estranhamente devagar – pois sei perfeitamente que vocês estão cagando com o
rumo que esta história pode tomar e o tempo de existência que ela pode levar e
também o seu desfecho que eu próprio desconheço e foda-se!
V
O fato
é que este foi o tempo exato que levei temerosamente pensando enquanto cagava
no escuro. Cagar no escuro é como estar no meio do nada ouvindo um concerto
desafinado do Miles Davis: seu trompete louco e ensandecido. Então quer dizer
que se a morte for exatamente isso que acabei de cogitar (cagar no escuro ouvindo Miles Davis) há uma esperança então de
haver uma luz luminosa pós-morte? Mas o
pior, senhores, vem depois – deixa eu só ajustar o cabo detrás do computador
para ouvir melhor Speed Chase enquanto escrevo. Prontinho. Agora sim pulamos
pra faixa seis.
VI
Quis
dizer aos senhores que ao cabo da espetacular cagada, eu tateei esperançoso
atrás de algum papel para poder me limpar, claro, mas não havia algum sinal de
papel naquele banheiro. AS MENINAS LÁ EM CIMA SE COMIAM SEM MIM. Minhas mãos
tocaram o musgo escorregadio das paredes que não eram de madeira, mas de
cimento <O único cômodo da casa feito
de outra espécie de matéria-orgânica-morta.> O que fazer? AS MENINAS SE
COMIAM LÁ EM CIMA – EU PODIA OUVIR OS GEMIDOS DELAS ENQUANTO EU TATEAVA NO ESCURO
DAQUELE BANHEIRO. Não havia nada em volta DOIS PONTOS somente eu, o vaso
sanitário, as paredes lodosas e toda a merda líquida e malcheirosa que tinha
saído de dentro de mim. Merda! Eu me esvaía em silencio e pavor. Não podia
ficar ali a vida inteira pensando no que fazer, então, levantei-me nu e abri a
porta do banheiro e procurei alguma coisa para me limpar. Havia um bolo de
panos velhos sobre... UM, NÃO SEI O QUÊ ERA AQUILO – PARECIA UM MÓVEL MUITO
ANTIGO – TALVEZ UM PIANO DE MADEIRA QUEM SABE TALVEZ FOSSE virgula NESSA ALTURA
DO CAMPEONATO TUDO É POSSÍVEL - e eu então peguei um bolo de pano daqueles e me
limpei e atirei-o no canto do banheiro. Não era possível que aquele pedaço de
pano velho tivesse alguma importância, tinha?
<a sétima parte com certeza está no bloquinho
pequeno de minhas anotações diárias que vou apanhar nesse exato instante agora.>
VII
Quando
me aproximei da cozinha para pegar as latinhas, o esqueleto branco e
aportuguesado de tia Nery surgiu bem na minha frente bloqueando a passagem.
Dava para contar-lhe as costelas no escuro:
Vocês
vieram tomar a casa, pois não?
Não,
tia Nery. Eu só vim usar o banheiro e pegar uma cerveja.
Quem me
garante que não vieram tomar a casa?
Fique
tranqüila, minha tia. Tentei acalmá-la.
E o que
você fez com o pano sobre o móvel de costura?
E agora
o que eu faço? Ou melhor, o que eu digo? Fico aqui roendo minhas unhas? É como
estar dentro de um labirinto Cortaziano e nunca mais poder sair. Como explicar
para aquela pobre senhora que eu havia inutilizado o pano que cobria a máquina
de costura que imaginei ser um piano. Ainda mordo minhas unhas pensando em
alguma saída. As meninas se comendo lá em cima no sótão. Posso ouvir seus
gemidos de fêmeas no cio. Eu ainda não estou louco, estou? Posso estar morto ou
apenas sonhando, quem sabe?
Escute,
dona Nery, eu posso arranjar um outro pano daqueles. Ela me olhava com aqueles
olhos fundos de cadáver. Depois me disse muito docemente:
Não
precisa, meu filho. Eu acredito em você porque você é puro. Quero apenas que abra aquela lata de
almôndegas e frite uns ovos para mim. Você não faz idéia da fome.
Enquanto
eu preparava aquelas almôndegas e fritava os ovos para tia Nery, eu ouvia os
gemidos que vinham lá de cima e eles eram cada vez mais escandalosos e
arrulhantes preenchendo todos os vasos sanguíneos de solidão e carência daquela
casa, e tudo aquilo era assustadoramente maravilhoso, eu juro!
<Acho
que me perdi, será?>
VIII
Doce e
maravilhoso é o sexo entre duas mulheres.
Dois corpos nus, brancos e gelatinosos enquanto um pequeno Arno girava
espantando o calor daquelas primeiras horas da manhã de março e o sol já
penetrava com vontade seus raios languidos e pontiagudos sobre o calendário
azul pregado na parede de madeira da alcova. Seios e carnes. Volumosas carnes!
Tomei uma golada da minha latinha e pensei: Se eu avançasse nelas, eu poderia
botar tudo a perder. O CABOCÃO DORMIA E RONCAVA INSUPORTAVELMENTE E O SEU RONCO
MISTURAVA-SE COM O RONCO DA MINHA BARRIGA MORTA DE FOME E COM O MEU DESEJO
DESENFREADO DE FAZER AMOR COM AQUELAS DUAS. Resolvi bater uma punheta ali mesmo
em pé olhando para aquelas garotas que se amavam loucamente.
IX
Rose e
Alda eram duas pinturas vivas e maravilhosas enquanto faziam amor, Alda estava
por cima de Rose e chupava os seus enormes peitões agora, As mãos de Rose
seguravam os cabelos de Alda e beijava-lhe sofregamente os lábios carnudos e
chuposos, Dali podia-se ouvir os estalos labiais, O enorme rabão de Alda era um
convite para a entrada do meu pau, Mas eu precisava me manter calmo tomando
minha latinha e me punhetando, É que quero me ater aos fatos sem fugir deles,
Eu poderia agir de má fé com os senhores e bancar o herói, mas deixe-me relatar
o que realmente ocorreu, Bom, os lábios de Alda arrastaram-se para baixo do
ventre de Rose e sua língua mergulhou no monte de tufos claros e ali ficou se
deliciando num lago leitoso como o de narciso, O enorme rabo de Alda apontado
pra mim, Seu cuzinho piscando, Sua
buceta toda aberta era um lábio sorridente e luminoso de Deus, Se eu
chegasse sorrateiramente como um ladrão eu certamente enfiaria o meu pau por
baixo e me alojaria na bucetinha de Alda – & uma vez alojado ali eu tomaria
de assalto aquelas duas mulheres, Eu já até podia sentir meu pau revezando naquelas
duas bucetas suculentas, Vocês conseguem imaginar essa cena? Era de um pau que
elas precisavam, Então eu arrisquei e me posicionei por trás da mais gordinha,
Mas quando meu pau tocou a entrada de seu cuzinho, eu senti sua mão empurrando
meu rosto pra longe, Os pészinhos de Rose também me empurravam, Elas
definitivamente não queriam papo comigo, Ronronaram em protesto como duas gatas
manhosas, Tudo bem, Voltei para o meu canto e para a minha punheta!
X
As
gotas douradas de chuva que caem enquanto ouço Café Del Mar nesta manhã de
domingo agora.
Mas devo prosseguir com minhas recentes
lembranças daquela alcova. Porém, receio não haver mais necessidade de
entrarmos em detalhes porque essas imagens me maltratam muito, portanto eu
havia gozado logo depois delas - virando-me para o canto da parede E ESPORRADO
EM SILENCIO. Uma punheta enfadonha e triste como essas gotas douradas de chuva
que caem agora enquanto ouço Café Del Mar. E voltamos todos a dormir outra
vez...
XI –
<algumas
horas depois...>
ROSE: Cara, consegui sonhar.
MÁRIO: Sério? E o que tu sonhou?
ROSE: Havia outra mulher nesta casa. Ela
estava sentada bem ali no canto. Pintava as unhas dela enquanto ouvia a nossa
conversa. Ás vezes ela se tornava uma criança, mas depois voltava a ser mulher.
Criança e mulher. Estava bem á vontade como se conhecesse esta casa e a todos
nós.
ALDA: Ah, era o Cabocão vestido de mulher.
ROSE: Como assim?
ALDA: É que de madrugada ele acorda e se
transveste de mulher e sobe a Constantino Nery para ir trabalhar, não é meu
bem?
CABOCÂO: Deus é mais!
MÁRIO: Esta garota era bonita?
ROSE: Sim, era morena e tinha uns olhos
pequenos e luminosos.
MÁRIO: Então não era o Cabocão. Imagina o
Cabocão subindo as três da madruga maquiado e montado no salto. Deus que me
livre!
ALDA: Cara, não foi meu bem? Teve um carnaval
desses aí que montaram o Zé da Cruz de mulher, mas ele ficou tão horrível, um
preto tão horrível que tiveram que
desmontar o cara rapidamente e esquecer da idéia, não foi meu bem?
CABOCÃO: Deus é mais!
ROSE: Mas ela era tão bonita... tão
infantil...
MÁRIO: É que era um espírito, Rose...
ROSE: É, quem sabe...
CABOCÃO: Este vinho, o Malbee, ele espera o
travo, gente.
ALDA: Quer conhecer a casa, Mário?
MÁRIO: Demorô!
XII –
Mila me
tomou pelas mãos e me levou para conhecer um a um os cômodos da casa. Havia
muitos cômodos na casa. As portas se comunicavam umas com as outras. Retratos
antigos de homens e santos pendurados nas paredes. Móveis cobertos por lençóis brancos e
empoeirados. Não havia nada apodrecido. A casa se mantinha antiga e firme. Como
se os fantasmas tivessem osso, pele e cheiro. O curioso é que o cheiro da
casa-fúnebre me provocava um forte tesão, de modo que, no terceiro ou quarto
cômodo – se bem me lembro – avancei em Mila passando minhas mãos sobre o seu
enorme traseiro, puxando-o para junto de mim. Mas fui reprimido:
Tenha
mais respeito pela memória de minha tia, Mário Augusto!
É que
eu vi vocês transando. Você e a Rose.
Engraçadinho.
Mas olhe isto! Ela então pegou um objeto empoeirado.
Porra, que
instrumento é esse?
É uma
cítara, caralho! tia Nery tocava cítara quando era bem nova.
Então
está explicado a tua devoção pela música.
Não é?
Os discos que ela ouvia... Todos aqui conservados.
A sua
tia é uma figura fantástica, Mila.
Minha
tia é virgem, Mário Augusto.
Mas com
todo esse peso do tempo?
É que
no passado ela se apaixonou por um almirante que nunca mais voltou. Aí então
ela decidiu se trancar pra sempre.
Fez
voto de castidade?
Sim.
Bom...
e o que há neste outro quarto?
Este
não abre nunca. Mas eu sei o que há
nele.
E o que
há nele?
A farda
do almirante que ela guarda a sete chaves. Mas isto é um segredo que eu não
devia contar, mas já contei porque você é puro, como nos disse uma vez o
Furtado.
O
Furtado ás vezes exagera.
Minha
tia também é pura. Imagine que ela acredita que a Avenida Constantino Nery tem
este nome em homenagem a ela.
Justo!
Ela mora aqui há anos. Talvez muito antes dessa avenida ser concebida.
Cara, é
sério! Ela se trancou por dentro. Não vê mais a luz do sol.
Eu não
sei o que dizer sobre sua tia, Mila.
Não
diga nada, então. Só sinta o cheiro da casa. Vamos voltar?
XIII
. Mila,
as minhas almôndegas!
O sol
indo embora outra vez Não tínhamos forças para escapar da alcova. Eu ainda
arriscava olhar pelas frestas do quarto com alguma esperança tola na alma. Mas
tudo que havia atrás de nós era um quintal imenso e vazio. Mila perguntou se
estávamos com fome ou se queríamos beber mais vinhos ou então assistir a um
filme de Piaf.
Mila, as minhas almôndegas!
Sim,
tia, já vou prepará-las! - Mila disse.
Ai, vai
logo, Mila! - Rose disse.
Acho
que precisamos ir. - Eu disse.
Ninguém
sai mais dessa casa. - Mila disse.
Mais
temos uma vida lá fora. - Rose disse.
Mais
ninguém sai mais dessa casa. - Mila disse.
Estou
com fome! - O Cabocão disse.
Então
vou preparar a carne na tábua e trazer outro Malbee. - Mila disse.
Este
vinho, o Malbee, ele espera o travo. - O Cabocão disse.
Não
agüento mais beber vinho. - Rose disse.
Ainda
tem mais cervejas, é só pegar. - Mila disse.
Então
vai pegar, e não esquece a carne! - O Cabocão disse.
A DANÇA DE LILA
XIV
Mas
antes de Lila descer aquelas escadas íngremes demais ela começa a dançar uma
dança de espécie hipnótica... digo, com os braços abertos, Lila movimenta-se
ondulosamente... como se todo seu corpo flutuasse em ondas sonoras de puras
reticências .. tentem construir essa cena em suas cabeças enquanto ouvem a
música... o movimento de Lila parecendo querer levantar um suave voo... move
seu ventre em movimentos de ondas... quadris e ancas e braços de Lila que se
mantem soltos e onduláveis no espaço como uma bacante de Éfeso ou uma
sacerdotisa das índias... e a música inebriante que ouvimos tocar ajuda Lila a
ser livre...... meu pau negro-escarlate palpitante outra vez de desejo carnal por Lila...essa Lila...
reparem que é seu corpo todo que nos
mantém prisioneiros... é por esta razão que não abandonamos a alcova...
agora ela me lembra uma cigana de cheiro forte... seus olhos e seu veneno são
de uma cigana... dança ao ritmo das castanholas... por isso digo que Lila é uma
cigana livre... braços e pernas e coxas e ancas roliças... e seu rosto lindo e
redondo... seu corpo cheio volteia... tudo é movimento em Lila... torce o
flanco...balança o ventre... estremece os seios... ruídos de passos agora subindo as escadas... o rosto sofrido e cadavérico
de tia Nery projetando-se no limiar da porta... Mila, as minhas almôndegas!
XV
quando olho para o Cabocão da Pomba Grande deitado de
lado e vejo suas imensas costas largas e brilhosas eu então me pergunto, qual é
afinal desse cara que fica aí só dormindo o tempo todo sem fazer absolutamente
nada na vida apenas ronca e só e eu ainda acho que Mila foi bastante corajosa
em assumi-lo e que portanto nada mais justo que Mila mereça alguma espécie de
compensação no futuro porque quando saem juntos pra vender seus produtos ele
fica ali sentado no centro da praça agindo como um cafetão enquanto sua garota
dá o maior duro e, sabe, não há qualquer explicação que defina o
caráter de um homem...
Que cê
faz o tempo todo com esse bloquinho de notas na mão, Mário Augusto?
: Anotando tudo isso.
Porra,
o cara não para! Quanto tempo acha que estamos aqui?
Não
sei... dois, três dias... talvez meses...
sei lá...
Você
tem alguma esperança de sairmos daqui?
Acho
pouco provável... Nem sei como viemos parar aqui.
Conhece
a saída dessa casa?
Tento
encontrar uma saída, mas não consigo...
Antes
que me esqueça, se for ao banheiro, lembre-se do papel.
Limpei-me
com um pano.
Esqueci
de lhe avisar que não há papel nesta casa, me perdoe!
<MÁRIO OLHANDO AGORA DEITADO PARA O LEITE
QUE PINGA DO TETO BRANCO DA ALCOVA ENQUANTO SUAS MÃOS MANIPULAM UM CUBO>
Alda já
contou a você que tia Nery é virgem?
Sim,
mas eu não acreditei.
Mas por
que Alda então mentiria para nós?
Por que
Alda tem uma cabecinha fértil.
Alda
uma vez me contou sobre seu tio que declamava versos de Camões e Castro Alves.
Um dia ele resolveu se atirar na frente de um ônibus, e seu corpo explodiu com
o impacto...
MEU
deus! E isto procede?
Eu conheci o seu tio. Ele me chamava de
soldado. Começava a beber muito cedo. Sempre quando me via comprando pães na
mesma padaria, ele gritava da mesa: Soldado! E eu então tinha que me posicionar
ereto e bater continência. Então ele me oferecia algum pedaço de carne enrolado
em um embrulho e me oferecia alguns tragos de sua bebida, aí então ele
declamava Os Lusíadas de Camões e o Navio Negreiro do Castro Alves e só depois
me deixava ir embora... Aquilo funcionava como uma espécie de ritual bizarro todas
as manhãs quando o encontrava naquele mesmo lugar de esquina bebendo sozinho e
olhando os carros... Desde a sua morte, evito ir ao mesmo lugar porque tenho a
forte impressão de ainda ouvir sua voz eclodindo como um trovão, fazendo tremer
as vidraças daquela padaria...
Que
habilidade impressionante que você tem de tornar as tragédias tão comovente,
Mário Augusto. Mas agora me explique sobre tudo isso? O que estamos fazendo
aqui, afinal?
Ainda não sei... Podemos estar mortos ou sonhando... Mas enquanto não temos
certeza disso, vou lá embaixo pegar mais cervejas...
(para Sãmila Sabóia, Ayub Serrão e Nira Martins que fizeram desses dias de confinamento, momentos agradáveis)
Márcio, tu é foda. só isso tenho pra te dizer.
ResponderExcluirMentira, eu tenho mais...
o tempo todo que eu li teu texto eu vi cada cena com um detalhe surpreendente, teu texto me prende.
To feliz pra caralho de ter lido.
obrigada
Sarah
Valeu, Sarah, você me incentiva a postar mais... um braço!!
ResponderExcluir